O polvilho, conhecido por este nome nas regiões (sul, sudeste e centro oeste), também chamado de carimã (mas conhecido entre culturas afro descendentes), tapioca (bahia) ou goma (nordeste), é o amido da mandioca.
O polvilho azedo é um tipo modificado por processo de fermentação e secagem solar, apresentando características bem diversas do polvilho doce. É utilizado para diversos fins culinários, como o preparo da massa para o pão-de-queijo, bolinho típico de Minas Gerais e para a pamonha de carimã.
Mandioca é o nome pelo qual é conhecida a espécie comestível e mais largamente difundida do gênero Manihot, composto por diversas variedades de raízes comestíveis.
O nome dado ao caule do pé de mandioca é maniva, o qual, cortado em pedaços, é usado no plantio. Trata-se de um arbusto que teria tido sua origem mais remota no oeste do Brasil (sudoeste da Amazônia) e que, antes da chegada dos europeus à América, já estaria disseminado, como cultivo alimentar, até a Mesoamérica (Guatemala, México). Espalhada para diversas partes do mundo, tem hoje a Nigéria como seu maior produtor.
No Brasil, possui muitos nomes, usados em diferentes regiões, tais como: mandioca-brava - a que contém o veneno ácido cianídrico -, aipi, aipim, castelinha, macaxeira, mandioca-doce, mandioca-mansa, maniva, maniveira, pão-de-pobre, e variedades como aiapuã e caiabana, ou nomes que designam apenas a raiz, como caarina.
A lenda de Mani foi registrada em 1876, por Couto de Magalhães. Em domínio público, este foi o registro do folclorista:
"Em tempos idos, apareceu grávida a filha dum chefe selvagem, que residia nas imediações do lugar em que está hoje a cidade Santarém. O chefe quis punir no autor da desonra de sua filha a ofensa que sofrera seu orgulho e, para saber quem ele era, empregou debalde rogos, ameaças e por fim castigos severos. Tanto diante dos rogos como diante dos castigos a moça permaneceu inflexível, dizendo que nunca tinha tido relação com homem algum. O chefe tinha deliberado matá-la, quando lhe apareceu em sonho um homem branco que lhe disse que não matasse a moça, porque ela efetivamente era inocente, e não tinha tido relação com homem. Passados os nove meses, ela deu à luz uma menina lindíssima e branca, causando este último fato a surpresa não só da tribo como das nações vizinhas, que vieram visitar a criança, para ver aquela nova e desconhecida raça. A criança, que teve o nome de Mani e que andava e falava precocemente, morreu ao cabo de um ano, sem ter adoecido e sem dar mostras de dor. Foi ela enterrada dentro da própria casa, descobrindo-se e regando-se diariamente a sepultura, segundo o costume do povo. Ao cabo de algum tempo, brotou da cova uma planta que, por ser inteiramente desconhecida, deixaram de arrancar. Cresceu, floresceu e deu frutos. Os pássaros que comeram os frutos se embriagaram, e este fenômeno, desconhecido dos índios, aumentou-lhes a superstição pela planta. A terra afinal fendeu-se, cavaram-na e julgaram reconhecer no fruto que encontraram o corpo de Mani. Comeram-no e assim aprenderam a usar da mandioca."
Apesar de ser típico de Minas Gerais, a história da origem do pão de queijo tem várias versões, embora historiadores especulem que ele exista desde o século XIX. No Brasil tornou-se efetivamente popular a partir da década de 1960. Registros mais específicos indicam que ele tenha sido tradicionalmente desenvolvido no estado de Minas Gerais.
Estudos dizem que o pão de queijo surgiu na época dos escravos. A mandioca era o pão do índio brasileiro. O ovo e o leite é uma herança dos portugueses, que com o com o polvilho, reinventaram o pão de queijo. Há outros indícios de que a receita tenha aparecido nas fazendas de Minas , quando as cozinheiras preparavam para servir seus senhores, na época em que havia grande oferta de leite, ovos e queijos, em função da expansão da pecuária.
Naquela época, não se imaginava que o pão de queijo fosse ultrapassar as fronteiras "das Minas Gerais", muito menos que ganharia o mundo. Comer queijo após as refeições era hábito antigo, mas no século XIX, o queijo sobrava e endurecia. Como a farinha que chegava até as fazendas era de baixa qualidade, as cozinheiras passaram a substituí-la por polvilho nas receitas dos pães.
Somente na década de 1960, o pão de queijo expandiu sua carreira de sucesso, principalmente em Minas Gerais. Coincidentemente nessa época aconteceu o desenvolvimento das quitandas. Rapidamente, em todo o país se consumia e apreciava essa iguaria, que tornou-se tipicamente mineira.
Pesquisadores dizem que comida e identidade são universais, e que a última coisa que um migrante se esquece é a língua e sua culinária.
A origem do pão de queijo se confunde com a própria origem da culinária mineira, porque acompanha a evolução de seus ingredientes: primeiro surgiu a goma, vinda da mandioca sob a forma do polvilho doce ou azedo; depois a gordura de porco, o sal, o ovo, o leite, a nata, a manteiga e por último o queijo, que aos poucos incorporou-se ao biscoito de goma (precursor do pão de queijo) moldados sob a forma de pequenas bolinhas e finalmente assados.
Basta visitar várias casas de famílias mineiras para ver que em todas elas irão te oferecer nem que seja um café, acompanhando de que? Pão de queijo (de preferência), claro! Daí o motivo das pessoas dizerem que os mineiros são hospitaleiros e apaixonados pela receita.
Depois de se tornar o queridinho dos mineiros e brasileiros, o pão de queijo é hoje exportado congelado para a América Latina, EUA, Europa e Japão.
Na Colômbia, um produto muito similar ao pão de queijo, exceto pelo formato mais tradicional (achatado) é o pan de bono ou pandebono.
Assim como o pão de queijo, o pandebono possui textura esponjosa, de baixa densidade, e que endurece em pouco tempo, características que se atribuem ao polvilho azedo, conhecido no país como almidón de yuca fermentado e que é obtido em um processo idêntico ao empregado no Brasil.
O Paraguai e a província Argentina das Missiones também possuem uma variação do pão de queijo, chamada de chipá, nome que também é utilizado no estado de Mato Grosso do Sul. A diferença da chipá para o pão de queijo é seu formato em "U".